PASSOS COELHO E A VERDADE

Pedro Passos Coelho , antigo Primeiro-Ministro e dirigente máximo do PSD, tem um problema sério e muito grave com a verdade desde sempre.

Na campanha eleitoral que o levou ao Poder, afirmou, a título de exemplo, não ir aumentar impostos  nem cortar nas reformas .Toda a gente sabe o que aconteceu.

Sempre fez questão de afirmar que iria além das exigências da Troika porque o seu programa partidário se enquadrava totalmente na exigência de austeridade e dos necessários sacrifícios.Quando nada de bom resultou nem do sofrimento dos portugueses nem da saída do país a que convidou  e forçou as gerações mais jovens, disse que nada teve a ver com o Programa , porque quem o assinou fora o PS.

Na campanha eleitoral seguinte, os cartazes de propaganda não tinham  fotos  e a sigla mudou para PAF, sem nomeação nem de CSD nem de PSD - o que induziu muita gente a votar sem saber muito bem em quem( porém , neste caso,  a responsabilidade também é de quem vota por partidarite ou acaso).

Face à tragédia imensurável de Pedrógão Grande, Passos Coelho não acha melhor a dizer de que falar de suicídios por falta de apoio do actual Governo, chefiado por António Costa.

Seria muito mau a todos os níveis que a acrescentar àquele horror colectivo ainda se juntassem estes dramas pessoais.

E ainda que realmente pessoas se tivessem suicidado por desespero, nunca o tema deveria ser tratado com ligeireza   dado o melindre e o sofrimento envolvidos.

Simplesmente - pasme-se ! - Passos deu-se ao luxo de transmitir boatos aos jornalistas  sem cuidar de saber nem confirmar o que ouvira.

Porque para ele todos os meios são válidos para atingir os seus objectivos: derrubar o Governo PS.

E  o PSD , tão lesto a pedir que rolem cabeças e responsáveis, acha natural que ninguém se demita : nem quem deu a informação, isto é, João Marques (Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande e candidato autárquico pelo PSD) nem Passos Coelho .

Que confiança merece esta gente?! Para mim, rigorosamente nenhuma.

Acrescento : que se apurem responsabilidades quanto ao que correu mal - nomeadamente o falhanço do SIRESP - e que o Governo actue em conformidade.