No fim da tourada de 8 de Julho de 1978 , integrada nas Festas a S. Firmino, várias pessoas desceram à arena da praça de touros de Pamplona (Navarra) exibindo um cartaz pedindo amnistia para todos os presos, entre aplausos e assobios das vinte mil pessoas presentes.
Vivia-se o período de transição entre a ditadura de Francisco Franco ( 1892 - 1975 ) e o regime democrático , mas - tal como no massacre de Vitória em 3 de Março de 1976 - a Polícia Armada irrompe na praça e começa a disparar a matar , cumprindo as ordens que recebia da central por rádio e que ficaram gravadas : " Preparad todas las bocachas y tirad con todas las energias y lo más fuerte que podáis. No os importe matar.".
Feriram mais de meia centena de pessoas e nos enfrentamentos e manifestações que ocorreram na cidade na sequência da brutal intervenção policial na praça, acabaram por assassinar com um tiro na cabeça Germán Rodrigues Saiz.
Navarra entrou em protestos e manifestações e daí resultou , além de inúmeras pessoas feridas, a morte de José Ignacio Barandiarán em San Sebastián a 11 de Julho .
Segundo Rodolfo Martin Villa, ministro do Interior, em seis horas houve sete mil disparos de material anti-distúrbios e cento e trinta disparos de bala em Pamplona , mas tudo não passou de um erro : "Al fin y al cabo lo nuestro serán errores, pero lo otro son crímenes". Os crimes a que alude são os actos terroristas da ETA.
Profundamente tocante o testemunho pessoal de Xavi ( "Toro Salvaje " ) , meu querido amigo , que com todo o seu enorme talento como poeta nos diz o horror que viveu sob o terrorismo de Estado em " 7 de Julio de 2024".
Tanto os crimes de Vitória como os de Pamplona continuam impunes, décadas de anos depois e em regime democrático.
Desgraçadamente, a extrema-direita está em crescendo no Ocidente. Embora tanto em França como no Reino Unido tenha sido impedida de ascender ao poder. Temo, porém, que seja só uma questão de tempo.