EXTREMA - DIREITA EM JULGAMENTO

Começa hoje o julgamento de trinta e seis elementos da extrema-direita portuguesa.

Mário Machado, seu principal dirigente, está em prisão preventiva há cerca de um ano e recebeu recentemente a visita de António Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados.

Se defendemos o sistema democrático e queremos ser coerentes , teremos que aceitar a liberdade de expressão. O que implica dar voz até a quem está nos antípodas do nosso próprio pensamento e daquilo que constitui as nossas convicções.

Neste sentido, faço minhas as palavras de um pensador francês: "Abomino aquilo que defende, mas lutarei até à morte pelo seu direito de dizer o que pensa!".

Posto isto, sou obrigada a acrescentar que o problema levantado por estes movimentos racistas, xenófobos e nazis , não se limita à liberdade de proclamarem as suas teorias.

O gravíssimo problema que estas organizações colocam é a de usarem de violência contra as pessoas-alvo dos seus preconceitos e ideias.

Sobram exemplos:
»O regime de Adolf Hitler assassinou deficientes alemães, judeus, ciganos, prisioneiros de guerra, negros, refugiados espanhóis da Guerra Civil, homossexuais, em número que ultrapassou muitos e muitos milhões.
»O Apartheid sul-africano ainda hoje tem seguidores como Eugene Terreblanche, que usa um exército privado para perseguir negros, que não são considerados seres humanos!
»A extrema-direita portuguesa persegue emigrantes : quem não se lembra de Alcino Monteiro, espancado até à morte?!
»Os Estados Unidos da América ainda mantêm os índios nativos em campos de prisioneiros.

Outra faceta altamente preocupante é a da cobardia inerente a esta violência: as vítimas são atacadas por um grupo armado!

Como afirmava hoje Zapatero no Parlamento espanhol:
"Toda a gente tem o direito a pensar e a dizer alto o que pensa, mas não o de impor pela violência o seu ponto de vista!".

Esperemos pois que Justiça seja feita.

E estejamos atentos!!