domingo, janeiro 20, 2008

MATILDE

Aos nove anos, a vida de Matilde trespassou em escassos minutos o espelho do tempo : passou da face brilhante da Vida ao lado escuro da Morte.

Um devastador acidente vascular cerebral reduziu-a a um estado vegetativo, sem esperança de retorno a uma vivência normal.

Foi brutalmente arrancada da luz, da alegria e do futuro, para o vazio, para a inconsciência e para o nada.

Alexandra ficou "sem filha de um momento para o outro" e , após dois anos passados sobre aquele corte brutal entrelaçando as duas realidades da sua condição de mãe, não tem "possibilidade de fazer o luto, porque o corpo ainda ali está".

A questão que se levanta é se é justo , se é digno, conservar vivo um corpo reduzido às suas mais básicas possibilidades: alimentação( através de seringa, neste caso), expulsão de fezes e urina, repouso.

Matilde foi reanimada mais do que uma vez contra a vontade expressa de sua mãe , consciente da situação irreversível em que a criança ficou de imediato.

E não havia como iludir-se ou iludi-la, já que é profissional da área.

Este drama recorda-me a tragédia de Ramón Sampedro, o galego que durante trinta anos lutou pelo direito de dispor da sua vida e assim acabar com o sofrimento de "ser uma cabeça viva prisioneira de um corpo morto".

Não são casos perfeitamente iguais, concedo.

De qualquer modo, no caso de Matilde considero que a mãe tem mais direito a decidir do que a classe médica.

Um àparte : não refiro o pai, porque Alexandra recusa-se a falar nele.

Se os médicos estão obrigados ao "acto médico útil" que farão se a criança tiver necessidade, em qualquer momento, de se submeter a uma intervenção cirúrgica?

Ramón Sampedro tinha perfeita consciência da situação e manteve a sua vontade de morrer durante três décadas, tudo fazendo para conseguir a eutanásia.

Finalmente, conseguiu concretizar o seu designío porque alguém gostou dele o suficiente para o ajudar a libertar-se .

A nível religioso a Vida é defendida por si mesma, não interessando as condições em que a pessoa a vive.

Que me desculpe quem está de acordo com essa posição, mas eu recuso-me determinantemente a acreditar que seja essa a vontade de Deus!!

Aliás, a Entidade transcendental em que acredito não tem um ponto de contacto que seja com essa divindade estranha , injusta e vingativa em nome da qual se infligiram torturas bárbaras a largos milhares de pessoas, vítimas da sua lucidez e da sua liberdade de pensamento.

E que, em pleno século XXI, ainda serve de justificação para perseguições , insultos e comportamentos aberrantes!

Acabo com uma afirmação que subscrevo inteiramente:

" A VIDA É UM DIREITO, NÃO UMA OBRIGAÇÃO!"

( Ramón Sampedro).

Eu sou contra a sentença de morte.

Por coerência, sou igualmente contra a sentença de vida.

76 comentários:

  1. Este drama recorda-me a tragédia de Ramón Sampedro, o galego que durante trinta anos lutou pelo direito de dispor da sua vida e assim acabar com o sofrimento de "ser uma cabeça viva prisioneira de um corpo morto".

    Não são casos perfeitamente iguais, concedo.

    Um àparte : não refiro o pai, porque Alexandra recusa-se a falar nele.

    -São, as palavras são suas, não são de facto casos iguais, também acompanhei o caso de Ramon Sanpedro, depois vi o excelente filme "MAR ADENTRO", mas a pequenita infelizmente não pode decidir. Mas o principal, Alexandra recusa-se a falar no pai da criança, e aqui desculpem-me, mas sou mesmo intrasigente, para que a criança viesse ao mundo, foram necessários dois, para que as máquinas sejam desligadas, teriam de ser necessários dois, por muito doloroso que tal fosse para a mãe, ou para o pai, sem juízos de valor, que a Alexandra até poderá estar mais que coberta de razão.
    PS. Não conheço o caso, mas aceito a eutanásia, desde que solicitada pelo próprio, por prévia declaração de registo, ou alguém por ele (nestes casos), mas sempre, e só, após uma junta médica especialista declarar ser impossivel a cura, ou a esperança de avanços científicos na mesma em prazo razoável.

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  2. SÃO
    Tenho dificuldade em pronunciar-me sobre esta matéria. Fiz eutanásia a um cão meu que sofria irremediavelmente e custou-me imenso. Mas concordo que se deve viver e morrer com dignidade e que, em situações irreversíveis, não se deva prolongar artificialmente a vida.

    Olha, minha querida, tenho mais um prémio para ti no Silêncio. Sei que já tens mas eu não podia deixar de to atribuir.
    Beijinhos

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  3. Este é, sem dúvida, um tema muito complexo! Mas, eu, que tal como a Lídia sofri momentos desses com os meus animais, que estou de coração ao lado dos que sofrem, mas que também sei o que é o abandono, a ausência, a imensa dor, assino por baixo de tudo o que dizes...beijo minha querida...

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  4. Um tema complexo em que sinto dificuldades com julgo que toda a gente terá.

    [...]Eu sou contra a sentença de morte.
    Por coerência, sou igualmente contra a sentença de vida.[...]

    Palavras suas que subscrevo inteiramente. Mas (e há sempre um "mas") se passa-se por uma situação igual ou semelhante não sei se modaria de opinião. Voltarei cá.
    Deixo um beijo de agradecimento pela sua fidelidade.

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  5. Querida Amiga.
    Será que existe Deus? Eu sou agnóstico. Não posso aceitar que evoquem seja lá o que fôr para se manifestarem como quiserem. A vida só tem sentido se vivida em dignidade e, cabe-nos como seres pensantes decidir de sua dignidade.Como podem os objectores de consciência viverem em consciência se, eles prórios não sabem o que é ser vegetativo? Sofrimento só é sentido por quem sofre. Um abraço do tamanho do mundo e do espaço sideral. João

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  6. São

    Fiquei sem palavras e dificilmente me recomporei nos minutos que se irão seguir.
    Já tinha conhecimento da trágica história de Ramon Sampedro mas desta não.
    Voltaram novas dúvidas e vou ter de parar um bocadinho para ir apanhar ar.
    Uma boa semana.
    José Gonçalves

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  7. ANTÓNIO ALMEIDA:
    Muito prazer em recebê-lo aqui pela primeira vez, esperando que se repita bastantes mais.

    De Ramón Sampedro , além do acompanhamento do caso e de ter visto o filme, li o livro emocionante que ele escreveu e me deixou ainda mais convicta de que é a própria pessoa que deve decidir da sua vida e da sua morte!!

    No caso de Matilde,em concreto, não me pronuncio porque concordo consigo na análise que faz quanto ao facto de o pai não ser referido.

    Porém, se o casal estiver de acordo penso que deve ser feita a sua vontade, não a dos médicos.

    Saudações!

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  8. SILÊNCIO CULPADO:
    Começo por te agradecer o Prémio e a tua generosa amizade!

    Este dilema exige muito de nós!
    Houve uma situação em que me vi confrontada com a hipótese de ter que praticar eutanásia com a minha saudosa cadela dálmata...e foi uma experiência dolorosa.

    Felizmente, não foi necessário. Mas tê-lo-ia feito.

    De qualquer modo, ainda considero que se ama mais quando se acaba com um sofrimento sem retorno!!

    Feliz semana, linda!

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  9. AMIGONA AVÓ:
    Para mim , sempre houve situações piores do que a morte!

    Depois, não consigo perceber porque se considera crueldade condenar alguém a prisão perpétua e se considera benigno condenar quem quer que seja a estar vivo em condições completamente desprovidas de sentido.

    Feliz semana, linda!

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  10. EFENETO:
    Já passei por muita coisa, estou convencida de que, cerrando os dentes e engolindo as lágrimas, não mudaria de opinião.

    Mas há quem me acuse de conseguir ser muito dura...

    Nada tem a agradecer-me, meu caro!

    Feliz semana.

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  11. ESPAÇO DO JOÃO:
    Eu sou crente, porque acontecimentos na minha vida me levaram a compreender racionalmente que algo transcendental existe, de facto!

    Simplesmente, tenho uma maneira minha e muito própria de me relacionar com Deus ( ou o que lhe quiserem chamar).

    A dignidade da Vida sobrepõe-se a preconceitos, hipocrisias e falsos moralismos.

    Feliz semana.

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  12. JOSÉ GONÇALVES:
    Agradeço-te a presença e o teu generoso prémio!!

    Estes assuntos tocam-nos sempre bem fundo, não é?

    A minha amizade para ti, caríssimo!

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  13. Cara amiga São

    Esta posição que você defende está enraizada no espírito do Fator J, cuja primeira impressão de sua parte foi positiva, o que muito me alegrou!
    Depois de escrever Fator J, meus pensamentos e análises sobre a vida evoluiram do agnosticismo para a total descrença!
    Aprofundei meus estudos religiosos para chegar à implausibilidade de tudo o que tem sido pregado pelos padres e pastores, e que serve de fundamento às torturas das mentes crentes desde há milênios e que recrudece nesse início de terceiro milênio!
    Sua frase é muito feliz: A vida é um direito, não uma obrigação!
    Já passei por esse drama e não tive a mínima dúvida de aconselhar o médico a desligar os aparelhos!
    Depois continuo, tenho muito a comentar sobre isso, mas não agora!

    Grande abraço e boa semana.

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  14. ¡¡Qué gran texto!! Lo firmo debajo de ti, porque es todo un manifiesto. Me sumo a todas y cada una de las ideas que escribes en estas líneas.
    Yo también estoy con la pena de muerte. Yo también estoy contra la pena de via.

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  15. Assisti à reportagem na TV. E confesso-lhe que fiquei chocada. É uma situação por demais dolorosa.
    Quando os médicos sabem que a situação é irreversível, não deviam reanimar as pessoas. Por outro lado, também se o não fazem podem ser acusados de nigligência.


    Gostei do seu blog. Mais bonito, mais fácil de ler, mais acolhedor. Parabéns.
    Tem prémios no Sexta-feira, um deles especial, tão especial que não é entregue ao SãoBanza blog, mas à São pessoa.
    Um abraço

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  16. LUIZ SANTILLI JR:
    Caríssimo amigo, antes de mais devo dizer-lhe que a frase não é minha : é um argumento de Ramón Sampedro, cujo nome está entre parêntesis.

    Eu acredito em Deus ( ou outra designação qualquer, não interessa), porque , racionalmente, concluí da existência de algo que nos transcende totalmente e se encontra infinitamente para lá da nossa capacidade de compreensão.

    Mas quanto a padres, pastores e afins não os considero mais aptos do que eu para contactarem qualquer divindade que seja nem de servirem de intermediários!!

    Uma feliz semana para si em boa companhia.

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  17. Compreendo... Não sei como reagiria nessa situação, mas compreendo.

    Fica bem,
    Miguel

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  18. Gracias por tu amable visita y comentario. No veremos tu blog es sencillamente fantástico.
    Saludos.

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  19. Situações extremamente complicadas.

    Sou, como diz a São, contra a sentença de morte e contra a sentença de vida.

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  20. PEDRO OJEDA ESCUDERO:
    Gracias!
    Folgo que concordemos numa questão tão delicada quanto esta!
    Feliz semana.

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  21. ELVIRA CARVALHO:
    Acha que ficou melhor? Que bom! Nem imagina o trabalho que me deu...Ah! criei outro , porque , enfim, calhou.Depois me fará o favor de dizer a sua opinião, sim?

    Agradeço-lhe imenso o prémio, muito particularmente por ser `pessoal, minha querida amiga!

    Feliz semana em boa companhia!

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  22. JOSÉ MIGUEL GOMES:
    São situações exigentes e complexas, a necessitarem reflexão, não é?

    Boa semana em alegre companhia!

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  23. NACHO CARRERAS:
    Muchas gracias por tus amables palabras.
    Vuelve siempre.
    Saludos.

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  24. Se temos a obriga de vivir, deberíamos ter o dereito a morrer.

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  25. OBSERVADOR:
    Fico contente por concordarmos.

    Cada caso deve ser analisado individualmente e ser decidido pela pessoa directamente envolvida ou por pessoas muito próximas e se encontrem de boas relações.

    Feliz semana.

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  26. A CONXURADA:
    Plenamente de acordo.

    A decisão sobre a nossa vida e a nossa morte É nossa, ponto final.

    Unha feliz semana...bem acompanhada!

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  27. São
    Eutanásia ou o direito a decidir o final da viagem. O assunto de Ramón Sanpedro foi motivo de grandes discussões em Espanha; as duas españas de sempre novamente enfrentadas pelo hacho de respeitar o a vontade do ser humano.

    Ramón Sanpedro não morreu só, acompanharam-na a bom morrer porque ele só jamais o tivesse conseguido. Revindico o direito a terminar quando creia que chegou o momento. Nego-me a ser um vegetal.

    Meu respeito e admiração para todos aqueles que livremente disseram ¡Basta!

    A vida como a morte é algo efêmero, uma é a conseqüência da outra.


    Fraternal abraço

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  28. Uma decisão difícil de tomar. Mas penso que a vida só faz sentido com dignidade.

    Beijos.

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  29. A espécie humana é a única que sabe que tem de morrer

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  30. DESIDERIO HERNANDEZ BENITO:
    Hola, amic!
    A espanha conservadora apoiada numa igreja tão ligada a Franco só tem que estar contra a liberdade, seja em que forma for!

    O que me zanga é o facto de quererem castigar quem não pensa como eles...ao contrário de quem defende a eutanásia e o aborto como solução derradeira.

    Nunca me passaria pela cabeça mandar alguém para a prisão, porque não está de acordo comigo!!

    Como tu, exijo que me eutanasiem se ficar sem autonomia.

    Ah!...E quero ser cremada!!

    Um grande abraço , Desi!

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  31. BERTA HELENA:
    Sim, nada fácil...e, oxalá, nunca tenhamos de enfrentar a situação.

    Semana feliz.

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  32. GILBERTO LUÍS:
    Agradeço a visita.

    Mas gostaria muito de poder conhecer o seu espaço!

    Ou é o das fotografias do interior brasileiro que consegui descobrir?...

    Sabe? A comunicação só o é quando é bilateral!

    Boa semana.

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  33. O dereito a morrer dignamente é unha obriga que teñen os gobernos con nós,neste teu espazo vou descargar unha pena que levo conmigo,unha cicatriz que ten a miña vida,miña nai morreu no 2005,
    o alzheimer e o parkinson foron os que a tiveron ano e medio postrada nunha cama,o único que aguantaba dela era o seu corazón,pregueí, supliquei,e berreí pero ninguén me fixo caso,inda máis enfrenteime ás críticas dalgúns que decían ter máis sentimentos que eu,máis vlores morais!!!!!!!!
    un ten dereito a vida pero non ten dereito a unha morte digna,que valores humanos son os que obrigan a un ser humano e ós que o queren a velo sofrer e degradarse para o recordo?
    Porque a medicina prolonga así a vida e non nos axuda na morte?
    sinto desafogarme deste xeito pero necesitabao,
    agradecida.beijo.

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  34. Sabes, amiga? Aprendi que, na maioria das vezes, quando julgamos expressar a nosa vontade na verdade obedecemos aos ditames do Universo. É dentro deles, que se desenvolvem os nossos destinos.

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  35. Olá São
    Pessoalmente acho que a vida deve ser vivida com a maior dignidade, quando isso não é possível deve poder optar-se por uma morte também digna. Sem falsos moralismos ou pudores...pior do que a morte é a não-vida. Considero que a Alexandra é uma mulher de grande coragem e abnegação. No lugar dela eu não sei se conseguiria deixar partir a minha filha. O Ser Humano é muito complicado e egoísta...

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  36. é um assunto bem complicado ...

    sem dúvida que em certas situações devia ser possível a eutanásia ...


    mas ... quem é que decide??? ...

    beijinhos

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  37. VERMELLA:
    Eu é que devo agradecer um testemunho tão sincero e tão sofrido!!

    Considero perverso este prolongar uma vida degradada e sem esperança, só para satisfazer uns pseudo valores de criaturas farisaicas e indiferentes ao sofrimento alheio!!

    Os Governos são todos muito hipócritas, porque deveriam investir , isso sim, em CUIDADOS PALIATIVOS...mas preferem gastar dinheiro em coisas como estádios de futebol!!

    A casa está à disposição e espero que lhe tenha servido de libertação !!

    Um abraço muito fraterno, caríssima!!

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  38. O ÁRABE:
    Naturalmente, concordo contigo.

    Pois não está tudo interligado?...

    Semana feliz, caríssimo!

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  39. PAGINADORA:
    Eu identifico-me com Alexandra, porque sou capaz de optar, em situações bem complicadas, pelo mal menor, digamos assim.Por muito que a escolha me doa e por desagradáveis que as consequências sejam.

    Aqui, como tantas outras vezes, o pai não aparece. O que é pena, parece-me!

    Gostei de a encontrar aqui : será sempre bem vinda!

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  40. São é tão difícil sabermos o que fazer em casos tão difíceis como este. Entendo tão bem a mãe da Matilde... Mas ficamos sem palavras perante esta crueldade da vida.
    Um beijo.

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  41. ISABEL F:
    Olá, minha linda!

    Quem decide?
    Em casos como o de Sanpedro , a própria pessoa.

    Em casos como de Matilde, penso que quem tiver o poder parental.

    Depois, há ainda o caso da pessoa que desiste de tratamentos , por vezes bem dolorosos, pois sabe que a doença lhe será fatal...mas que tem todo o direito a ser apoiada e a receber tratamento e medicação para minorar as dores.
    Aqui voltamos de novo à obrigação dos Governos porem à disposição dos seus cidadãos e cidadãs CUIDADOS PALIATIVOS. Independentemente dos custos, que não são baixos.

    Como dizes - e muito bem - são questóes a exigirem reflexão.

    Feliz semana, caríssima.

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  42. Sou pela eutanásia consentida sem sombra de dúvidas.
    Um abraço

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  43. Oie minha amiga! É complicado opinar sobre isso. Cada um de nós, terá uma opinião diferente. Eu acredito que enquanto existe vida, ha esperança... mas é difícil dizer qualquer coisa.
    Que sua semana seja feliz!
    Beijos

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  44. GRAÇA PIRES:
    Difícil, é...mas a vida não é fácil.
    Para mim, é muito mais difícil assistir à irreversível degradação da pessoa sem que se possa fazer nada do que a morte, súbita que seja.
    E infelizmente já pude confirmar que é assim!

    Mas temos que respeitar a vontade de quem está em situação : Sanpedro exigiu sempre a eutanásia enquanto um português internado num hospital de Lisboa há dezenas de anos e nas mesmíssimas condições considerava ter"tido sorte"(!!).

    Seria um crime horroroso acabar-lhe com a vida, sem dúvida. Mas foi também um crime horroroso obrigar o galego a suportar aquela situação dezenas de anos.

    Isto é o que considero, claro que pessoas existem pensando o contrário! E têm ese direito; só não têm o de querer impor o seu conceito judicialmente, que é aquilo que sempra fazem.

    Desculpa o tempo que te tomei!!!

    Semana amena e em boa companhia, linda!

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  45. SPECTRUM:
    Folgo que pensemos igual.

    Semana pacífica!

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  46. OLHOS DE MEL:
    Olá, amiga!

    A esperança, por vezes, resiste contra tudo, não é?

    Volte sempre, linda!!

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  47. Concordo com a eutanásia em situações limite e irreversíveis.

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  48. Gustoume o teu xeito moi coerente de de exponher o dereito irrefutabel á vida, do mesmo xeito que o dereito a non vivir.
    O caso de Ramón Sampedro moveu os cimentos dese pensamento en todo o estado espanhol no seu día, pero resulta un tema espinhoso para os políticos que ainda non foron capaces de abordar con seriedade e valentía o tema.

    Unha aperta

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  49. São

    Penso que não tenho seu e-mail!
    Gostaria que visitasse meu novo post!
    Acho que vai gostar!
    Fico ansioso por seu comentário.
    Beijo

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  50. o direito a "morte digna" deveria ser um direito constitucional...

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  51. WALTER:
    Claro que eu também assim penso.
    Boa noite.

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  52. CHOUSA DA ALCANDRA:
    Os políticos no fim sáo um pouco cobardes, penso.

    Foi pena o tema não ter sido aprofundado aí, na esteira de um caso tão falado...

    Unha aperta.

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  53. LUIZ SANTILLI JR:
    Meu querido amigo, Adorei!!
    Deixei lá meu e-mail!
    Abraço grande-

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  54. HERÉTICO:
    E porque não?
    Só que haveria logo quem nos excomungasse, claro!Mas como tu já és "herético"...

    Fica bem, amigo!

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  55. Uma decisão difícil mas que deve ser possível tomar em consciência.
    Abraço do Zé

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  56. Ninguém merece passar por aquilo. Nem a menina nem a mãe. Não há mais dignidade para ambas. A menina é um enigma: há momentos em que parece estar ali, mesmo que os médicos digam que é apenas instinto refletor. A mãe transformou-se num robot em eficiência cuidando do conforto de quem, algum dia, foi sua filha. A mãe é a imagem do cansaço e da dor. Quem lhe atirará a primeira pedra?

    Luz para as duas que têm uma carga pesada demais, Senhor!

    beijos São

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  57. ZÉ POVINHO:
    Sim, concordo: é uma questão de consciência ...e esta deve ser sempre livre!

    Fique bem!

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  58. PITANGA:
    É, que Deus as ajude porque é um drama imenso o delas!

    Escusa-se, por isso, de carregá-lo ainda com preconceitos religiosos.
    Devemos dar-lhes a liberdade!

    Bem hajas, linda!

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  59. Põe sebo nessas canelas e vem assistir ao espectáculo gratuito no Cadeirão da Malta. Outro peixe mordeu o anzol. E as palavras serão balas nas cenas dos próximos capítulos.

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  60. Não concordo em deixar alguém levar uma vida vegetativa.
    Qdo lutamos para que uma pessoa nas condições de Matilde continue sub-vivendo, o fazemos por puro egoísmo nosso. Pensamos na dor da ausência que nós vamos sofrer, na saudade que nós vamos sentir, não estamos pensando na pobre alma que está presa à um corpo que já não realiza às funções que lhe eram delegadas.
    Mas esse assunto, como tantos outros da área médica continuarão sendo uma disussão infinita, até que se encontre a cura, ou algum outro caminho.
    Boa semana, querida!
    Bjs

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  61. Tenho estado ausente nos comentários, mas não nas visitas.
    Espero que a minha não participação, não vos impeça de me visitarem.
    Tenho novidades no meu espaço e explico melhor a minha "ausência".
    Cumprimentos Pecadores.

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  62. WALTER:
    Já atendi ao chamado.
    Bom dia.

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  63. KARINA:
    Para mim, a tua análise está correcta, pois é mais em quem fica do que em quem se encontra naquela situação terrível que se pensa!
    Amar alguém é não o/a prender e querer o melhor.
    Abraço-te, minha linda!

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  64. 7 PECADOS MORTAIS:
    Já lá estive!
    Fica bem!

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  65. AMIGONA AVÓ E NETA PRINCESA:
    Fico contente e beijo-te!

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  66. Questão difícil: quem sabe o que seja vida vegetativa do lado de fora de quem está dentro da vida vegetativa? Também foram cometidos muitos erros e juízos errados e há casos que espantaram a própria prática médica.

    Os que raciocinam sobre isso, só podem desferir ACHO's. Nada sabem de seguro.

    Há modos de argumentar que são por demais impositivos de uma perspectiva unívoca. Não te deixes enredar nesse absolutismo de raciocinar à bruta, Sãozolas.

    Beijos e Beijinhos

    PALAVROSSAVRVS REX

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  67. JOSHUA:
    A vida é tão complexa, claro.
    Mas ainda acho, com todo o risco ( bem real ) de errar que prefiro ver uma pessoa que estime morta do que num estado irreversível!
    Num caso de como Sanpedro defendo, sem dúvidas, que se deve respeitar a vontade da pessoa.
    Um grande abraço, lindo.

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  68. Conheço o avô da criança e fui avisado de que o programa ia para o ar. Não o vi todo.
    Se recusamos a pena de morte, também devemos recusar a pena de vida. Para aquela mãe, a vida da filha é uma pesada pena. E a toco de quê? Quem beneficia com tal sofrimento?
    Há tempos, durante vários anos na América uma família exigia que fosse desligada a máquina que prolongava a agonia da filha em coma devido a um acidente rodoviário. A clínica recusava desligar, talvez para estar a facturar, em vez de ter a máquina inactiva!. Só passados anos os tribunais decidiram autorizar parar a máquina.
    Neste caso, não devemos falar de Deus, porque em seu nome houve a morte de Gakileu Galilei e de muitas vítimas durante a Inquisição e as cruzadas. Fale-se na dignidade e no amor entre as pessoas. Ajude-se aquela mãe a libertar-se daquele fardo de sacrifício para poder viver a sua vida de forma digna e desafogada.
    Pessoalmente, tenho dito à minha família que, em caso parecido, não me dêem nada para prolongar a vida, apenas para não ter sofrimento.
    Abraços
    João

    No blog Do Miradouro há novos artigos

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  69. A. JOÃO SOARES:
    Fará o favor de transmitir ao seu amigo e família que têm toda a minha compreensão e total apoio!
    Quanto ao resto do seu comentário, não posso estar mais em acordo.
    Lá irei ver!
    Abraço.

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  70. São!
    Não podemos misturar a hipocrisia desumana da Igreja e seus representantes que em defesa de seus interesses(poder e dinheiro) querem nos fazer viver sob dogmas desumanos. Há muito ela (igreja) perdeu o direito de opinar sobre a vida, assentada, que está, sobre o assassinato de milhões!
    Penso, que a dificuldade do caso, resume-se ao fato do pai... Concordo que foram dois a fazer, etc... Mas, pergunto, está ele a dar de alguma forma ajuda a esta condenação que vive a mãe da menina? Dividem, eles os dias ao lado dela, injetando-lhe nutrientes e limpando-lhe o corpo inerte? Se a resposta é sim, concordo que a situação é muito difícil, posto que coloca em choque duas visões de mundo! Se, por outro lado, a resposta é não, há muito este homem(não pode ser chamado de pai) perdeu qualquer direito de opinar sobre a menina.
    A mãe, condenada, vive a tragédia da menina diariamente, ao ve-la inerte e imaginar o que estaria fazendo, se vda tivesse. Não tem nem mesmo o direito de ter lembranças, sofre o cotidiano cruel de ver a filha sem vida!
    Triste esta condição de sermos acorrentados a leis visíveis e invisíveis! A vida...
    Parabéns São por teres, sempre, a dignidade de trazer a nós, fatos que nos fazem pensar...

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  71. Agradeço as tuas profundas e sábias reflexões, que apoio de todo!
    Tenho pena que a mãe não tenha dado informação alguma sobre o pai, deixando.nos completamente ignorantes sobre ele e a sua ligação à criança.
    A casa é tua, amigo do outro lado do oceano.

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  72. Até hoje ainda não tenho opinião formada a respeito desse assunto tão complexo, e que envolve uma diversidade de outras questões delicadas.
    Beijos!

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  73. OLIVER P:
    Compreendo que ainda não tenha opinião formada, pois é um assunto bem complexo !

    Beijinhos, querido amigo.

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  74. E eu apenas te digo "Estou contigo a 100%"
    Jinhos

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  75. CLARINDA GALANTE:
    Ainda bem que concorda.

    Se é a fotógrafa , parabéns!
    Caso contrário, gostaria de que criasse mesmo um blog!
    Boa tarde.

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"BENVEGUT AQUÈL QUE NOS VEN MANS DEBÈRTAS"
(Saudação Cátara)

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