O Mediterrâneo é um mar cuja intensidade e profundidade de azul é único. Extasio-me em cada oportunidade que tenho de o contemplar.
Além disso, na sua bacia floresceram culturas marcantes e várias vezes seculares e até milenares. Roma designou-o por "Mare Nostrum ".
No entanto, a tragédia de quem procura uma vida melhor e foge de guerras, muitas vezes provocadas pelo Ocidente, ensombra a sua beleza, pois os constantes naufrágios de embarcações sem condições e muito acima da lotação têm provocado a morte de milhares de pessoas.
A União Europeia fecha-se sobre si mesma e de uma maneira totalmente desumana, não socorre estas vítimas e persegue criminalmente as organizações que as ajudam.
Nem sequer a comunicação social dá relevo a este sofrimento. A mesma comunicação social que encheu horas com debates e opiniões de peritos sobre o submersível Titan, onde estavam cinco turistas muito endinheirados que aceitaram o risco de morrer para verem os destroços do Titanic.
Obviamente, toda a vida humana merece ser salva, mas considero indecente o modo totalmente oposto como se encara quem morre a tentar melhorar a sua vida e quem arrisca a vida por prazer.