Acabo de saber que a Organização das Nações Unidas considera que em Portugal existem trinta e quatro mil pessoas infectadas com HIV.
Sabe-se também que o número de mortes baixou, mas em contrapartida o número de infecções aumentou.
Face a esta preocupante e triste situação, o Bloco de Esquerda exige à banca a não discriminação dos seropositivos.
Quando os primeiros casos apareceram a nível mundial foi o pânico e o terror, com consequências bem gravosas para os doentes e não só.
Claro que a nível religioso declarou-se logo que se tratava de castigo divino pela licenciosidade de costumes e perda de fé da vida actual.
Depois circunscreveu-se a doença aos designados "grupos de risco", com principal incidência nos homossexuais.
Ninguém se lembrou do flagelo representado, muito tempo antes, pela sífilis.
Esta grave doença apresentava as mesmas características: não tinha cura, transmitia-se por relações sexuais, passava da mãe para a sua criança e as consequências eram terríveis.
A sua aparição em Portugal deve-se, segundo a convicção de algumas pessoas, ao abuso sexual dos meninos da Casa Pia pela comunidade homossexual norte-americana, transmitindo-se depois aos abusadores portugueses.
De qualquer modo, já se sabe há longo tempo que a doença se prende, isso sim, com comportamentos de risco.
E, muito francamente, são esses comportamentos arriscados que me parece não terem sido diminuídos minimamente por todas as campanhas de informação e prevenção levadas a efeito durantes anos e anos no nosso país.
Há ainda o facto de só muito poucas pessoas assumirem publicamente a sua condição de doentes. E é esta atitude compreensível, pois a discriminação ainda está aí bem patente, desgraçadamente.
É também necessário que quem é portador da doença se responsabilize pelos seus actos e tenha a perfeita consciência de que é seu estrito e inalienável dever proteger as demais pessoas , particularmente as mais estreitamente relacionadas consigo.
Espero sinceramente a melhoria das condições de vida das pessoas doentes e um maior sucesso das campanhas contra a doença.
Espero igualmente que o novo fármaco Raltegravir, a ser comercializado no nosso país muito em breve, confirme as expectativas, isto é, reduzir o Vírus a níveis baixíssimos..
Antes de acabar , quero agradecer o magnifico trabalho da minha cara amiga Isabel F. que , generosamente como sempre, me ofereceu o gosto de aqui enriquecer este meu texto.
Para aprofundar o tema e acompanhar o testemunho real de quem vive dia a dia com a doença , recomendo uma visita ao Sidadania.
Qualquer dos endereços pode ser encontrado aí ao lado , nas Netamizades.
Tenham um dia bom!