Estamos a aproximarmo-nos rapidamente de mais um fim de ano. O tempo, o nosso tempo, este que compõe a nossa passagem pelo planeta, escoa-se ainda mais velozmente do que areia por entre os dedos da nossa mão cerrada. Mas o outro tempo, o tempo omnipresente, o tempo intemporal, o tempo sem tempo, esse continua estável e estático, sem sobressaltos nem oscilações. Por isso, assim canta Argentina Santos, fadista de merecido renome tanto em Portugal como no estrangeiro, "Dizemos de vez em quando que o tempo vai passando, afinal nós é que passamos e o tempo vai ficando". É habitual nesta época realizar um balanço acerca do ano decorrido . Não me parece ser uma tarefa agradável. A nível mundial as tragédias naturais sucedem-se, sem que haja respostas devidas às vítimas. Porém se os milhões de divisas necessárias ao apoio humanitário escasseiam e, para cúmulo, sofrem desvios pelo caminho, abundam verbas astronó micas para o esforço de guerra. O estilhaçamento do modelo de dese...