A AURA MIGUEL

Minha senhora, eu de si sei que é jornalista .

Penso que religiosa em regime de exclusividade. Porque só nesse tema a tenho ouvido dissertar.

Será que também professou nalguma Ordem ?...Desconheço.

Tendo assistido aqui há algum tempo a um documentário na RTP sobre a igreja católica, nomeadamente sobre o auto-designado "altar do mundo", isto é,Fátima, pois lá a vi participando na sua legítima qualidade de católica apostólica romana.

Dentro da mais estrita ortodoxia em que milita, estava óbviamente contra a interrupção voluntária da gravidez e achou a coisa mais natural do universo o sacrificio de três crianças de tenra idade no meio de sofrimentos para agradar à divindade e assim a desagravar das ofensas de todos os pecadores e todas as pecadoras( presumo que dos comunistas, em particular...).

Quanto às pessoas que se arrastam pelo chão ou percorrem quilómetros a pé e/ou de joelhos , nada a Igreja - enquanto instituição - tem a ver com o assunto, até porque a isso não incentiva quem faz as promessas.

E , segundo a sua análise, quem não concorda com tais práticas é porque pura e simplesmente não tem "capacidade de compreender o sofrimento e, por isso, se escandaliza".

Depreendi eu das suas palavras , conhecendo a doutrina judaico - paulista como conheço e a maneira como é levada à prática pelo Vaticano,
que de vez em quando o vosso deus precisa de sacríficios humanos para ser apaziguado na sua fúria contra a Humanidade por si criada.Aliás, começou logo por sacrificar o seu filho unigénito...

E quando tomo conhecimento que um amigo de Paulo Teixeira Pinto diz que talvez, entre outras coisa graves, a morte súbita de seu filho Guilherme ( 22 anos) se deva a uma castigadora vingança do "Altíssimo, por ter saído da Opus Dei", ainda mais se me firmou a convicção de que todas as criaturas , ou seja, todos os biliões, biliões e biliões da população terrestre e extra-terrestre foram criadas exclusivamente para sofrer.

Bom, lamento se a desgosto , mas não tenho vocação para mártir nem estou em tirocínio para santa. Embora respeite quem seja masoquista, claro.Desde que seja coerente e não pretenda obrigar quem quer que seja a seguir a sua doutrina, fique bem nítido!

Assim,imaginará sem grande esforço o estado de choque em que fiquei quando em 20 de Novembro de 2008, cerca das 21H, a vejo a uma mesa da Mercy Brasserie, perto da igreja de S. Roque(Lisboa) - templo de onde eu saíra instantes antes, mas na qual não a vi .E estive lá as duas horas que o actor Luís Miguel Cintra levou a ler um dos Sermões do padre António Vieira...

Inclusivamente, pedi e obtive confirmação de que a mulher magra, de cabelo grisalho cortado curto , em animada conversa com o homem sentado à sua frente, era a senhora.

Fiquei altamente preocupada, pois com essa sua falta de coerência, irá de certeza arder nas chamas do inferno por toda a longa eternidade. E isto porque o Santo Ofício ( chefiado por Ratzinger até à sua eleição como papa Bento XVI) já não assa pessoas vivas nas suas fogueiras.

Para si e para quem partilha o seu modo de encarar a religião, muita LUZ !!