segunda-feira, julho 07, 2008

UMA BIOGRAFIA


Venho hoje falar convosco sobre um livro que acabei de ler recentemente.
Como já disse anteriormente, não tenho conhecimentos técnicos onde possa basear a minha análise, pelo que será sempre a minha opinião aquilo que aqui deixo à consideração de quem me dá o gosto da sua presença.
Intitula-se " Cecília Supico Pinto , o Rosto do Movimento Nacional Feminino", da autoria de Sílvia Espírito Santo (investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais, licenciada em História pela Universidade de Coimbra e com um mestrado em Estudos sobre as Mulheres pela Universidade Aberta de Lisboa).
Como se deduz pelo título trata-se da biografia da fundadora e responsável máxima do Movimento Nacional Feminino(MNF), "organização independente do Estado que congregava as mulheres portuguesas no auxílio moral e material aos soldados que lutavam nas antigas colónias portuguesas", só extinta após 25 de Abril de 1974.
Em primeiro lugar devo congratular-me com o facto da autora ter escolhido escrever uma biografia, género pouco cultivado em Portugal. Parece-me , porém, que se trata mais de uma (quase) autobiografia, pois as partes negativas não são focadas.
Quem não passou pela ditadura e não conheceu na realidade a ideologia do MNF e a sua maneira de actuar ficará com a impressão de que o seu trabalho foi muito meritório. Ora, nós sabemos quão distante isso está do que realmente aconteceu no terreno.
Basta uma conversa casual com qualquer dos militares que contactaram com a organização, para nos apercebermos do desfasamento entre a sua actuação e as necessidades de quem combatia.
Aponto , só como exemplo, o disco de Natal de 1971 (que até nesta obra é referido), as revistas muito desactualizadas colocadas à disposição nas instalações da organização, a meia dúzia de cigarros meio estragados dada aos soldados quando embarcavam.
Não podemos escamotear de modo algum o facto de ainda hoje, Cilinha (como era conhecida) continuar a considerar Oliveira Salazar "um verdadeiro príncipe" , digno de respeito e admiração. Além de que, para ela, a descolonização foi um crime de lesa-pátria.
Cilinha afirma ter sempre dito a verdade e quanto pensava a Salazar, sem que isso prejudicasse a óptima relação entre ambos. Esquece-se , porém, que a sua verdade coincidia ponto por ponto com a verdade do ditador.
Sabe-se que ao referir-se às mulheres que se despediam em pranto dos filhos, maridos, namorados, irmãos, na Rocha de Conde de Óbidos, as insultou , designando-as por "infames carpideiras".
Deve-se porém reconhecer que Cecília Supico Pinto é uma mulher determinada, com coragem e que escapou por completo ao padrão imposto pela Igreja Católica e pelo Estado Novo durante a ditadura ao sexo feminino.
Também se deve reconhecer que não teve mordomias além das que eram devidas a seu marido Luís Supico Pinto, homem de confiança de Salazar, enquanto ocupou o cargo de Ministro da Economia.
Apesar de considerar que a autora deveria ter alargado muito mais o âmbito das pessoas entrevistadas e tornar mais real o desempenho da biografada, recomendo a leitura. Até porque trata a nossa história recente que tão descurada tem sido.
A figura que ilustra o texto é um Aerograma, distribuído gratuitamente para que se trocasse correspondência entre os soldados e as respectivas madrinhas de guerra.
Espero que estas minhas impressões vos tenham sido de alguma utilidade.

40 comentários:

  1. Amiga o meu tempo é tão pouco, que há montes de tempo eu não leio um livro.
    Mas também não me entusiasmou o livro citado para o caso de ter tempo. Eu estive lá. E sei o que era o tão falado apoio do MNF.
    Um abraço e uma boa semana.

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  2. Viva, Elvirinha.
    As suas palavras só vêm confirmar a opinião que o livro me causou.
    Feliz semana para si e para os seus.

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  3. Aprendo sempre imensa coisa contigo, São. Não irei ler o livro, mas fiquei informada sobre ele. Um beijo e obrigada.

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  4. Viva, linda.
    Compreendo perfeitamente que não leias.
    Feliz semana.

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  5. Acordei bem e fiz uma resenha sobre um filme que está em cartaz em São Paulo, mas cujo DVD importei porque não posso sair. O título em português é A Outra. É sobre o triângulo "amoroso" entre Henrique VIII, Ana Bolena e Maria Bolena,a irmã de Ana, cuja existência eu ignorava até ver o filme.
    Apareça por aqui:
    wwwrenatacordeiro.blogspot.com
    não há ponto depois de www
    Um beijo,
    Renata

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  6. Fui até seu espaço, mas não consegui fazer entrar o comentário.
    Antes de conhecer Ana, Henrique já engravidara sua irmã.
    Desejo a sua rápida recuperação.

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  7. Olá, minha querida...

    Venho cá agradecer pela visita em meu jardim florido...

    Grande beijo com carinho e dizer que voltarei e também estarei a sua espera em meu cantinho mais vezes...

    Adorei ler o texto...
    Posso te linkar?
    Beijos doces e feliz semana
    Iana!!!

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  8. Claro! Eu é que fico muito grata!Vou te colocar nos favoritos, sim?
    Uma semana muito boa!

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  9. Amiguinha, o teu post é muito interessante, porque foca um assunto que foi sofrido na pele por todos os militares portugueses. Essa "senhora" e esse tal de "MNF" eram uma autentica fantochada, para inglês ver. Eu sei do que falo, porque na altura estava na Guiné, falo em 1971/73, e essas "madames" passeavam-se pela cidade, sempre muito bem vestidinhas, mas no hospital e nos postos de saúde, nem sombra delas. Enfim...

    Uma linda semana

    Bjinho amigo

    Mario Rodrigues

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  10. Por isso eu considero que a aitira falhou o objectivo como biógrafa.
    Boa semana.

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  11. A Cilinha era ávida de notoriedade e aparecia onde pudesse ir sem correr riscos graves. Não dava todo o apoio que seria desejável, mas esse objectivo não era realizável. Se alguém esperava muito ficava desiludido. E do dinheiro de que dispunha, o MNF podia fazer muito mais. Não conheciam as realidades difíceis dos combatentes, e as conversas eram muito fantasiosas, pelo que as conclusões que traziam das visitas ao «mato» não eram as mais verdadeiras.
    Enfim, muito haveria que contar do gozo que ela e as amigas traziam das visitas as tropas.
    CumprimA. João Soares entos

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  12. Concordo de todo consigo.
    Seria interessante saber mais.
    Tudo de bom.

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  13. *
    amiga
    ,
    olha que não, olha que não,
    podes falar na igreja cerejeira,
    a igreja católica, em portugal,
    renasce com d.antónio ribeiro,
    homem identificado com a
    comunicação social, na RTP, deves
    lembrar-te, nesse começo de A.C.,
    consegue "passar" a encíclica
    VATICANO II, a vários católicos progressistas de várias vertentes,
    na altura um chegou ás minhas
    mãos, a qual guardo com carinho,
    a dignidade humana e a teologia
    da libertação, vidé ainda hoje a
    america do sul, eram tabu no país,
    Falei algumas vezes com esta senhora, quando visitava o hospital
    militar e o seu anexo, campo de
    concentração á rua artilharia 1 ...
    nunca critiquei senhoras, desde a
    dona maria governanta á odete santos . . . mas . . .
    ,
    quanto a Supico Pinto,
    presentemente os ministros vão para
    presidentes das grandes empresas
    que mandam neste país e mandam nas
    marionetas do poder,
    o supico pinto, foi para presidente
    da câmara corporativa,
    se soubesses onde ele começou …!!!
    ,
    conchinhas de amizade, deixo-te
    ,
    *

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  14. São: Ainda não li o livro. Se quer saber, ainda não tive vontade. Tenho lido sobre o mesmo na comunicação social, onde a Cilinha teve, na altura do lançamento, muito tempo de antena (jornais, televisões especialmente). E a ideia com que fiquei foi exactamente aquela que descreve neste post, depois de ter lido o livro. Tal e qual.
    O facto da senhora ser determinada e corajosa não apaga a superioridade com que me parece que agiu lá nas suas acções. Mais do que maternal, pelo que fui vendo e lendo, pareceu-me que a senhora e o seu movimento eram um instrumento ao serviço do regime. Posso estar errada; não digo que não. Mas não concebo que alguém sinta qualquer tipo de satisfação por um regime que ostracizou, humilhou, torturou e foi para uma guerra sangrenta. Muitos dizem que a Salazar se deve o mérito de não termos entrado na IIª Guerra Mundial. Esquecendo-se que, mais tarde, houve uma outra guerra. E guerra é guerra. São todas más - não há melhor nem pior.
    Bom, e eu iria por aí adiante. Mas acho que já percebeu a ideia.
    Beijinhos

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  15. Curiosamento, no domingo passado a minha mãe mostrou-me um aerograma do meu pai :)

    Obrigado pela passagem no meu blog e pelas palavras que deixaste por lá.

    Fica bem,
    Miguel

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  16. Foi a instituição das pidescas cházadas e algo mais que não vou aqui colocar, mas que, certamente não ela, mas o "seu movimento", alardeavam granjear para orgias de odaliscas e miúdos.
    Pelo menos no Porto, perto da Estação de Campanhã e R. do Freixo, iam e vinham ministros e sicários, digo secretários ...
    Tempos malditos ... que o militar era carne para canhão e o símbolo das suas basófias.
    Desculpe a linguagem, mas nem para papel higiénico quer tal autobiografia.
    A história não se pode escamotear, aconteceu ...

    Que se narrem os factos como aconteceram e se historiem, não à custa de meia dúzia de patacoadas, para apanhar dinheiro aos incautos.

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  17. O lado negativo das biografias é que, na maioria das vezes, elas mostram apenas um lado da moeda.
    Bijinhos, e boa semana para tí, querida! =**

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  18. -Ao que sei, e não vivi esse tempo, a Cilinha era alguém que nasceu antes do tempo, adaptou-se á ideologia da época, nunca a discutiu, talvez não a tenha sequer aprofundado, e um dia viu o seu mundo ruir. Não protestou, não barafustou, caiu no esquecimento até ser recuperada nos dias de hoje, ao contrário de outras(os) que se converteram em grandes anti-fascistas no dia 26 de Abril. Faço-lhe essa justiça, mas estou convencido que se vivesse hoje não seria muito diferente do pseudo jet-set nacional, sem conteudo, sem interesse, sem nada.

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  19. sou uma devoradora de livros, confesso, mas, não me pareced que este faça parte da minha mesa de cabeceira...
    tempos cansativos, são...
    beijinhos

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  20. Oi meu estimado amigo.
    Vim para desejar uma boa semana com muita paz e amor em seu coração.

    Vou procurar ler esse livro.
    Beijos e fique na paz.
    Te aguardo no meu cantinho.

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  21. Nunca leria um livro desses.
    Esse movimento foi inóquo e era só para "encher o olho" ao povo.
    Na prática não ajudaram nada de substancial e era um organismo apadrinhado pelo regime.
    Uma farsa.

    Belo trabalho, fizeste-me recordar de uma coisa que já havia esquecido... e de má memória...

    Beijinhos.

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  22. Assiti ao vivo às visitas dessas senhoras e vivi essa época intensamente. Dispenso-me de comentar a sua actuação, porque o que lá vai, lá vai.
    Abraço do Zé

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  23. Gracias por darme a conocer este texto. En efecto, el cultivo de la biogrfía, que tanto esfuerzo requiere para su correcta redacción, tiene mala prensa inmerecida. Saludos veraniegos. Esta tarde, Quijote.

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  24. Querida São
    As tuas indicações foram muito úteis mas eu também vivi o tempo da ditadura. Sei o que significa O MNF e, ainda que haja uma parte positiva na descrição que me fazes, não me sinto motivada a ler esse livro.
    Senhoras da caridade que do alto do seu império encobriram com o seu manto a miséria, a morte e a falta de liberdades, não fazem o meu género venham elas vestidas com as roupagens que vierem.
    Mas compreendo e aprecio as pessoas que procuram não discriminar e ser abrangentes nas suas apreciações.
    Gosto de encontrar diferentes visões que sempre nos acrescentam e gosto de quem não tem um olhar monolítico sobre as coisas.
    Por isso me sinto em sintonia contigo.
    Um abraço muito apertado.

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  25. Querida São...
    o pior é quando as verdades divergem... Aí se vê a verdadeira coragem...
    Beijinho grande para ti...

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  26. POETA EU SOU
    Eu não professo nenhuma religião, crio numa Entidade Maior à minha maneira. Além disso, não morro de amores por nenhuma Igreja organizada e com hierarquias e coisas do género.
    Sei que António Ribeiro foi progressista e não me esqueço da Capela do Rato nem de Francisco Fanhais, por exemplo.
    Mas continuo a achar que, mesmo actualmente, o catolicismo ( versão Vaticano) está longe de cumprir os ensinamentos de Cristo.
    Não queres contar como começou O marido da senhora? Seria interessante.
    Um abraço bem grande.

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  27. LÚCIA
    Estamos de acordo, completamente.
    Beijinhos.

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  28. JOSÉ MIGUEL GOMES
    Ah, tua mãe ainda tem?! Eu já não!
    Nada a agradecer.
    Fica bem.

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  29. XISTOSA
    Meu caro , para mim este Movimento era o rosto feminino da ditadura.
    Lamentavelmente, já tive que ouvir um discurso parecido ao de Cecília ao vivo!
    Um abraço grande.

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  30. KARINA
    Neste caso, é bem mais grave essa característica pois acaba por branquear um comportamento indesejável.
    Abraços, linda.

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  31. ANTÓNIO DE ALMEIDA
    SEm dúvida, penso que seria assim.
    Fique bem.

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  32. GAIVOTA
    Percebo que não leias. Eu li porque mo ofereceram.
    Beijinhos.

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  33. DEUSA ODOYIÁ
    Pois leia, mas sempre tendo em atenção que só se foca o positivo e se escamoteia a parte escura.
    Beijinhos.

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  34. Uma farsa ...e de mau gosto.
    Fica bem.

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  35. ZÉ POVINHO
    Meu caro amigo , permita que discorde um pouco : o que lá vai, lá vai, mas para a nossa geração.
    Não será importante dar a conhecer às presentes gerações os aspectos negros do anteriro regime, tentando evitar que de algum modo se repitam?
    Claro , não através de obras deste género, mas sim de verdadeiros estudos?
    Um abraço grande.

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  36. Lá irei, meu querido Pedro.
    Beso.

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  37. SILÊNCIO CULPADO
    Obrigada por seres assim.
    Beijinhos, muitos.

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  38. ALICE MATOS
    Tal como dizes: a coragem vê-se na diverGência das verdades e não na sua sintonia.
    Beijinhos, linda.

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  39. o MNF, era o jet7 da altura, pior estava ao serviço do facismo, agora a dita senhora vem publicar um livro, mas claro só fala nas partes ludicas.

    ainda guardo na memória de que quando os familiares recbiam a noticia da morte de um soldado, as autoridades não permitiam gritos de revolta e o dito movimento actuava e era cumplice,

    a memória das pessoas é curta e só se lembram do que lhes convém.

    Por isso esse livro será uma oportunidade perdida

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  40. Pior, não é ela que publica o livro, mas sim alguém que faz uma biografia sobre a senhora, mas sem ser imparcial como deveria ser. Pelo menos, na minha análise.
    Tudo de bom.

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"BENVEGUT AQUÈL QUE NOS VEN MANS DEBÈRTAS"
(Saudação Cátara)