"Salve-se Quem Puder" é um delicioso livro de nove pequenos contos escritos por Lawrence Durrell, autor do famoso "Quarteto de Alexandria".
Desta obra li, quando muito jovem, um dos livros. Que me perdoem os grandes admiradores , mas achei-o muito aborrecido na altura. Por essa razão , quando em 18/3/1987 - como prémio de um jornal que publicava poesia - me foi enviado "Salve-se Quem Puder", apesar da sua magreza de 117 páginas, só me dispus a lê-lo em 22/7/1988.
Em compensação, devorei-o em dois dias( não esquecer que trabalhava e tinha um filho a cargo).
Todas as estórias são contadas por Antrobus, através de interposta pessoa - sua ouvinte e relatora das aventuras picarescas vividas por aquele diplomata.
As situações são verdadeiramente hilariantes, de uma comicidade que nos faz rir de gargalhada e nos leva às lágrimas.
Destaco o conto que dá título ao livro e "Fim de Semana em Paris", embora os restantes não destoem.
Conta-se entre os pouquíssimos livros que reli em toda a minha vida.
Recomendo vivamente a sua leitura, principalmente nestes tempos tristes, preocupantes e bisonhos que sofremos. Não se arrependerão, tenho a certeza.
= "«...têm o prazer de convidar V.Exª para a jucunda circuncisão de seu filho Abdul»...
Imagine a nossa surpresa colectiva quando Abdul penetrou na tenda de rompante...apareceu-nos um jovem de aspecto sólido...expressão simpática...que se transformou radicalmente quando percebeu para que o haviam chamado. Mostrava-se pouco interessado - direi mais, energicamente relutante - em participar em tão jucunda cerimónia...A mãe e o pai pareciam perturbados e principiaram a teimar, a suplicar, em curdo...
Por fim, o pai perdeu a paciência e fez sinal aos brutos congregados a um canto. Ia obrigar o relutante mancebo a participar na jucundidade do momento. Mas o rapaz aprendera umas coisas em Oxford...Rodopiando como um louco, com os curdos às cavalitas , Abdul ceifou metade do corpo diplomático...perdi o chapéu alto mas consegui rastejar e safar-me dali para fora."
"Salve-se Quem Puder"
= "Bem, foi um extremamente sucumbido funcionário público que desceu os rangentes degraus erguendo o chapéu de coco á passagem pelo encantador dromedário que continuava na jaula à espera do piquete de beleguins...Fazia frio na rua. Lá fora comecei a sentir-me invadido por uma certa carência de realidade; ...não me parecia já ser o meu eu intrínseco, que estava ali a olhar para cima, a ver, ligeiramente balouçados pela brisa, descerem sobre mim os ossos dessa venerável tia presos por uma tira de cordão grosso. Mas saí-me perfeitamente. Miriam , um pouco mais pesada do que se podia esperar, encontrava-se sã e salva nos meus braços...Um polícia surgira na esquina...parou...siderado pelo espectáculo."
"Um Fim de Semana em Paris"
ResponderEliminarOlá, São
Fiquei interessadíssima no livro e vou procurá-lo. Tem razão, nos tempos que correm, passar uns momentos na companhia de um bom livro ainda é o melhor.
Bj
Olinda
ResponderEliminar...uns bons momentos...
:)
Parabéns, São, por divulgar um escritor meritório.
ResponderEliminarCitação do personagem "Indiana Jones" n´"Os salteadores da arca perdida": (referindo-se aos nazis que, numa cena do filme, estão a queimar livros proibidos)"Deviam lê-los em vez de os queimar!".
Confesso que nunca li, mas tenho de me lançar nessa aventura. Obrigada pela opinião.
ResponderEliminarBeijinhos
Rosamarela deixou de poder ler o livro em público.
ResponderEliminarParece interessante mas tenho tantos na lista que nem sei para onde me virar...:-))
ResponderEliminarAbraço
Quando puderes, lê ...nem que saltes alguns da lista, rrss
ResponderEliminarFica bem
Penso que merece a pena a aventura.
ResponderEliminarBeijinhos, GRAÇA
Caro Rafael, obrigada pelo comentário.
ResponderEliminarA desgraça é que certas criaturas se recusam a aprender e a pensar: é por isso que em vez de lerem , queimam livros!
Partilhei no facebook o texto acerca do falhanço aos mercados, nada que espante, claro.
Só que andamos a ser espoliados para rigorosamente nada!
Boa tarde
Querida OLINDA, depois me dirá a sua opinião, sim?
ResponderEliminarAbraço grande
Gostei muito do "Quarteto..." que sou bem capaz de ler esse. Grato pela dica.
ResponderEliminarEu ainda tenho que pegar no Quarteto...mas não sei por onde : tem ordem de leitura ou é aleatório?
ResponderEliminarBoa tarde, Rui
Boa memória
ResponderEliminarBj
Grato abraço
ResponderEliminarUm título a registar...
ResponderEliminarAbraço do Zé
Acabado de regressar de férias, constato que- ao contrário do habitual- nestas férias li muito pouco!
ResponderEliminarNo próximo fds, com as primeiras chuvas, espero reduzir a pilha de livros que se amontoa na minha secretária.
Uma boa sdemana amiga. É um prazer voltar a contactar com os amigos blogueiros.
Amiga São,
ResponderEliminarTenho andado afastado destas lides por motivo de uma mudança de casa que agora terminou. A partir de agora vou recomeçar a comentar os meus amigos. Até breve!
Um abraço amigo.
Quando puder leia, que se divertirá, rrss
ResponderEliminarTudo de bom, ZÉ POVINHO
Bem vindo, amigo meu!
ResponderEliminarSim, servindo de cicerone ...é natural que se leia muito pouco, rrsss
SE quiseres dou-te mais uns títulos para juntares à lista,
É bom ter-te aqui de novo, sabes?
É bom saber que está bem, meu amigo.
ResponderEliminarSerá um prazer, como sempre, voltar a tê-lo por aqui.
Abraço grande, LUÍS
São, é como diz (ou escreve): eu, dantes, também conseguia ler um livro por dia ou em poucos dias (bem diferente de agora), mas não tinha a maturidade suficiente para compreender alguns.
ResponderEliminarBeijinhos, bom sábado!
Eu, geralmente, leio um só livro de cada vez e com tempo.
ResponderEliminarExceptuando, por raro exemplo, este ( mas também não exige maturidade nem experiência de vida) e "Os Crimes dos Rios Púrpura"(e eu não gosto de policiais).
Contem-se também pelos dedos de uma mão os que não acabei de ler.
Bom final de semana