quarta-feira, julho 30, 2008

SIDA EM PORTUGAL


Acabo de saber que a Organização das Nações Unidas considera que em Portugal existem trinta e quatro mil pessoas infectadas com HIV.


Sabe-se também que o número de mortes baixou, mas em contrapartida o número de infecções aumentou.


Face a esta preocupante e triste situação, o Bloco de Esquerda exige à banca a não discriminação dos seropositivos.


Quando os primeiros casos apareceram a nível mundial foi o pânico e o terror, com consequências bem gravosas para os doentes e não só.


Claro que a nível religioso declarou-se logo que se tratava de castigo divino pela licenciosidade de costumes e perda de fé da vida actual.


Depois circunscreveu-se a doença aos designados "grupos de risco", com principal incidência nos homossexuais.


Ninguém se lembrou do flagelo representado, muito tempo antes, pela sífilis.

Esta grave doença apresentava as mesmas características: não tinha cura, transmitia-se por relações sexuais, passava da mãe para a sua criança e as consequências eram terríveis.


A sua aparição em Portugal deve-se, segundo a convicção de algumas pessoas, ao abuso sexual dos meninos da Casa Pia pela comunidade homossexual norte-americana, transmitindo-se depois aos abusadores portugueses.


De qualquer modo, já se sabe há longo tempo que a doença se prende, isso sim, com comportamentos de risco.
E, muito francamente, são esses comportamentos arriscados que me parece não terem sido diminuídos minimamente por todas as campanhas de informação e prevenção levadas a efeito durantes anos e anos no nosso país.
Há ainda o facto de só muito poucas pessoas assumirem publicamente a sua condição de doentes. E é esta atitude compreensível, pois a discriminação ainda está aí bem patente, desgraçadamente.
É também necessário que quem é portador da doença se responsabilize pelos seus actos e tenha a perfeita consciência de que é seu estrito e inalienável dever proteger as demais pessoas , particularmente as mais estreitamente relacionadas consigo.
Espero sinceramente a melhoria das condições de vida das pessoas doentes e um maior sucesso das campanhas contra a doença.
Espero igualmente que o novo fármaco Raltegravir, a ser comercializado no nosso país muito em breve, confirme as expectativas, isto é, reduzir o Vírus a níveis baixíssimos..
Antes de acabar , quero agradecer o magnifico trabalho da minha cara amiga Isabel F. que , generosamente como sempre, me ofereceu o gosto de aqui enriquecer este meu texto.
Para aprofundar o tema e acompanhar o testemunho real de quem vive dia a dia com a doença , recomendo uma visita ao Sidadania.
Qualquer dos endereços pode ser encontrado aí ao lado , nas Netamizades.
Tenham um dia bom!

sábado, julho 26, 2008

AMIZADE


Eu e você somos amigos...
Você briga, eu brigo...
Você chora, eu choro...
Você pula de uma ponte...
Eu vou sentir saudades, seu besta...
Agradeço ao meu amigo Luiz Santilli o envio deste texto.
Bom fim de semana para vós!

segunda-feira, julho 21, 2008

TRADIÇÕES E HIPOCRISIAS


Estou em estado de choque!!
Acreditem : não estou exagerando.
No Brasil, existem tribos como a Suruwaha, que, por tradição, enterram vivas as "crianças sem alma".
Estas crianças são, por exemplo, as que nascem com qualquer tipo de deficiência ou que resultam de relações incestuosas ou,ainda, são filhas de mães solteiras .
Estes infantícidios funcionam como rituais de salvação para as tribos praticantes.
Até aqui, eu consigo perceber o mecanismo da situação. Porque mesmo na população considerada mais civilizada ainda existem práticas cruéis e absurdas.
Tenhamos em conta a ablação do clitóris nos países muçulmanos e o aborto dos fetos femininos na Índia, só para exemplificar. E, já agora, os abusos sexuais e violência de que, principalmente, o sexo feminino é vítima nos países ocidentais.
O que eu não consigo perceber de modo algum é que esteja levantando grande polémica a Lei Mawaji, que visa impedir estes sacríficios humanos!!
Inclusivamente, o deputado Francisco Praciano está contra este tipo de legislação porque" a Declaração dos Direitos Humanos e a Constituição não têm valor nenhum para os índios"!!!
Há também quem alegue que este tipo de legislação é uma tremenda falta de respeito pela cultura índia e que, mais uma vez, se vai violentar a sua cultura e maneira de viver!!
Francamente, será que os defensores deste tipo de tradição índia estariam dispostos a voltar à tradição de serem queimados vivos nas fogueiras da Inquisição?!
Será que Francisco Praciano e simpatizantes serão capazes de aceitar a tradição de castrar os rapazes para manterem a voz própria da infância para delícia dos Papas e dos grandes senhores?!
Será que se descobrirem uma tribo que pratique canibalismo ritual só com pessoas brancas, também defenderão essa prática?...
Por acaso estariam tão preocupados com o manter das tradições índias, se elas afectassem directamente e de algum modo os seus próprios interesses?! Duvido!!
Estas atitudes são pura hipocrisia e , pior, são inqualificáveis do ponto de vista humano!
Ou será que consideram que ao contrário das nossas crianças, as crianças índias não são humanas ?! Será?!
Mas como é possível ainda haver dúvidas sobre a necessidade de acabar definitivamente com um hábito bárbaro como é o de enterrar viva uma criança?!
Em que mundo estamos nós, meu Deus?!
Deixo aqui o endereço onde podem obter mais informações sobre o tema:
Não posso acabar sem agradecer a M@celly , que me deu a informação acerca do assunto.
Boa semana.

quinta-feira, julho 17, 2008

EU, FUNCIONÁRIA PÚBLICA

Eu, funcionária pública aposentada, faço aqui o meu sentido "mea culpa" pela exclusiva responsabilidade que tenho pelo calamitoso estado do país.

Sim, porque se há funcionários e funcionárias em demasia nuns serviços e escassez noutros é porque , além de não planear a sua admissão segundo as necessidades, aproveitei para colocar a minha família quase inteira e a maior parte das minhas amizades e , claro, quem pertence ao Partido.

Claro que também são as minhas regalias ( agradeço a quem me informe quais são e de que constam) as causadoras do descalabro .

Evidentemente: a burocracia fui eu que a inventei , porque a legislação é de minha inteira autoria .

O facto de serem os meus impostos , retidos na fonte, um dos maiores suportes das Finanças não conta, como se imagina.

Agradeço a Cavaco Silva a sensibilidade da sua frase: " Aposentar os funcionários públicos não resolve o problema , temos que esperar que morram.".

Também acho muito justo que com o aumento brutal de custo de vida, não se revejam nem vencimentos nem aposentações.

Como seria possível pagar quantias astronómicas a Marques Mendes, Mira Amaral, Celeste Cardona,...?!

E por aqui me fico, por hoje.

Bom final de semana.

quinta-feira, julho 10, 2008

PORTUGAL E OS FOGOS










Esteve quase a repetir-se em Lisboa o horror que foi o terrível incêndio do Chiado em finais de Agosto de 1988.
Deixo aqui questóes que me preocupam:
Para quando o sério planeamento do tecido urbano da capital?
Que se está fazendo no resto do território para evitar perdas enormes de florestas e tragédias pessoais?
Mas este país, que é o nosso, não terá mesmo viabilidade?!
Bom resto de semana.

segunda-feira, julho 07, 2008

UMA BIOGRAFIA


Venho hoje falar convosco sobre um livro que acabei de ler recentemente.
Como já disse anteriormente, não tenho conhecimentos técnicos onde possa basear a minha análise, pelo que será sempre a minha opinião aquilo que aqui deixo à consideração de quem me dá o gosto da sua presença.
Intitula-se " Cecília Supico Pinto , o Rosto do Movimento Nacional Feminino", da autoria de Sílvia Espírito Santo (investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais, licenciada em História pela Universidade de Coimbra e com um mestrado em Estudos sobre as Mulheres pela Universidade Aberta de Lisboa).
Como se deduz pelo título trata-se da biografia da fundadora e responsável máxima do Movimento Nacional Feminino(MNF), "organização independente do Estado que congregava as mulheres portuguesas no auxílio moral e material aos soldados que lutavam nas antigas colónias portuguesas", só extinta após 25 de Abril de 1974.
Em primeiro lugar devo congratular-me com o facto da autora ter escolhido escrever uma biografia, género pouco cultivado em Portugal. Parece-me , porém, que se trata mais de uma (quase) autobiografia, pois as partes negativas não são focadas.
Quem não passou pela ditadura e não conheceu na realidade a ideologia do MNF e a sua maneira de actuar ficará com a impressão de que o seu trabalho foi muito meritório. Ora, nós sabemos quão distante isso está do que realmente aconteceu no terreno.
Basta uma conversa casual com qualquer dos militares que contactaram com a organização, para nos apercebermos do desfasamento entre a sua actuação e as necessidades de quem combatia.
Aponto , só como exemplo, o disco de Natal de 1971 (que até nesta obra é referido), as revistas muito desactualizadas colocadas à disposição nas instalações da organização, a meia dúzia de cigarros meio estragados dada aos soldados quando embarcavam.
Não podemos escamotear de modo algum o facto de ainda hoje, Cilinha (como era conhecida) continuar a considerar Oliveira Salazar "um verdadeiro príncipe" , digno de respeito e admiração. Além de que, para ela, a descolonização foi um crime de lesa-pátria.
Cilinha afirma ter sempre dito a verdade e quanto pensava a Salazar, sem que isso prejudicasse a óptima relação entre ambos. Esquece-se , porém, que a sua verdade coincidia ponto por ponto com a verdade do ditador.
Sabe-se que ao referir-se às mulheres que se despediam em pranto dos filhos, maridos, namorados, irmãos, na Rocha de Conde de Óbidos, as insultou , designando-as por "infames carpideiras".
Deve-se porém reconhecer que Cecília Supico Pinto é uma mulher determinada, com coragem e que escapou por completo ao padrão imposto pela Igreja Católica e pelo Estado Novo durante a ditadura ao sexo feminino.
Também se deve reconhecer que não teve mordomias além das que eram devidas a seu marido Luís Supico Pinto, homem de confiança de Salazar, enquanto ocupou o cargo de Ministro da Economia.
Apesar de considerar que a autora deveria ter alargado muito mais o âmbito das pessoas entrevistadas e tornar mais real o desempenho da biografada, recomendo a leitura. Até porque trata a nossa história recente que tão descurada tem sido.
A figura que ilustra o texto é um Aerograma, distribuído gratuitamente para que se trocasse correspondência entre os soldados e as respectivas madrinhas de guerra.
Espero que estas minhas impressões vos tenham sido de alguma utilidade.

quinta-feira, julho 03, 2008

MEDITERRÂNEO










Aqui vos ofereço imagens do Mar Mediterrâneo, berço da civilização humana .
Espero que as apreciem tanto quanto eu.
Bom fim de semana!